terça-feira, 15 de agosto de 2017

POEMATOS ( 4 )


O meu chapéu  

e celebro a vaca cor de chocolate
que antes de desossada esquartejada e limpa
ruminava relva trevos e raros espargos
nos verdes lameiros do barroso

uma fêmea bovina completa e genuína
de manso coração alma cristã e duros cascos
que a nunca ter dado em vida nada ao mundo
salvo cântaros de leite e uns quantos bezerros

me deixou a pele do chapéu que faz de mim
outro homem bem mais alto do que sou
com ar de caubói mas sem coldres à cintura
nem boiada em Lisboa sempre apeado.


                                                         Lisboa, Dezembro,2014

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