Sobremesa
A cada
verão, não quero outra sobremesa:
figos
brancos a pensar na minha mãe;
peras
ainda um pouco verdes, no meu pai.
Depois,
como quem inala o pó de uma galáxia
depositado
numa cápsula trazida da farmácia,
fumo um
cigarro e outro até queimar os dedos.
Só
então bebo a chávena cheia de café
adoçado
com uma pastilha de aspartamo
e duas
soluçadas lágrimas amargas.
|
Lisboa, setembro,2016
Sem comentários:
Enviar um comentário