O abandono dos corpos a que se entregam os
velhos, os toxicodependentes e outros que não sei bem em que prateleira
arrumá-los. Gente que repousa por muito tempo parada, desenhando gestos sem
pressa; que dormita sobre um degrau ou um banco de pedra.
Não creio que pensem em nada ou vejam o que se passa em volta. Só, talvez, uma única coisa, muito pequena e leve. Também parecem surdos ao bulíçio que os cerca.
Anestesiados de todo, salvo à mornidade do sol. E dizer que, por vezes, os invejo?
Lisboa, outubro,2016
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