E estava eu agarrado à câmara quando certo pescador, com as botas de água imersas até ao joelho, puxando
a sua embarcação qual parelha de bois, desfere contra mim
uma data de palavrões.
Mas o que mais me abalou foi a
repetida ameaça em desfazer a minha máquina em mil pedaços:A verdade é que só um dia mais tarde viria a saber da desrazão daquelas súbitas e impetuosas injúrias:
a multa a que ficam sujeitos os apanhadores de amêijoas sempre que são surpreendidos com excesso de bivalves ou por outra qualquer infração, prévia e supostamente denunciada através de testemunhos fotográficos.
Moral da história: por nada deste mundo abandonarei a minha analógica F 100.
2 comentários:
ResponderEliminarPenalva17 de dezembro de 2011 às 15:45
Meu caro Renato
Ao que consta há gente a ganhar muito dinheiro com os bivalves na zona. Eu na avenida da praia no Barreiro onde se tiram interessantes fotos, passei por um episódio idêntico, com a agravante de ter vestido um colete reflector que dizia Fiscalização (das obras que lá acompanhava). Se não pedisse reforços ia parar à água com a máquina.
Um abraço
J.Moleiro
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renato monteiro18 de dezembro de 2011 às 16:14
Amigo João Moleiro.
Nas minhas incursões pelo Tejo, quantas vezes me perguntava até quando continuariam as ameijoas a encher os sacos de rede dos pescadores.
Mas hoje há zonas em que estes bivalves já rareiam, o que veio impor a interdição ou a limitação da sua recolha...
O certo é que não parece muito justo que estes recolectores nos tratem como se fossemos mexilhões...
(Fiquei, entretanto, surpreendido em vê-lo por aqui e, quem sabe, se um dia não nos encontraremos pela margem esquerda do Tejo.
Com um abraço,
R. Monteiro