quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Ponta da Erva (Fevereiro,2009)

A verdade é que, ao longo de muito tempo, nenhuma mudança havia senão as marcadas pelo ritmo das estações e das marés. Até o marco geodésico cimentado a uma das paredes da casa do guarda se abater sobre ela, arrasando-a  pedra a pedra, telha a telha. Nem mesmo o par de palmeiras acabaria por escapar ao raio duma peste, propagada sabe-se lá por quem. E de que servirá lembrar o tosco ancoradouro de toros de madeira para sempre votado ao abandono? A bem dizer, só os sais de prata da foto tirada ao Gil, com um grande ramo de flores silvestres destinado à Margarida, sobreviveram.

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