é noite de verão em toledo cheio de ruas de alfama
e eu devo ser um peregrino sem saber que o sou
caminhando a solo pelas callas pisadas por el greco
a certa altura já cansado dos olhos e de muito andar
procuro nos bolsos a morada do hotel onde me instalei
vendo que a perdi como a mim me perco num instante
e agora sequer a lua cheia me distrai nem o gato
que se esgueira pelo empedrado fora ou a mulher que passa
sorrindo ainda mais que as flores na primavera
nada me satisfaz a não ser a sorte em dar com o hotel
para poder aninhar-me dentro da mala de viagem
esperando que alguém a troque e consigo a leve
para qualquer outro lado como paris casablanca
tóquio veneza lisboa com um bilhete de ida apenas
sem retorno ao ponto de partida de toledo
Agosto,2014
Sem comentários:
Enviar um comentário